Projeto de Lei e acompanhamento psicológico: saiba as medidas dos órgãos da rede municipal após plano de ataque em escola

Eduarda Costa

Projeto de Lei e acompanhamento psicológico: saiba as medidas dos órgãos da rede municipal após plano de ataque em escola
Fotos: Marcelo Oliveira (Diário)

Após o planejamento de um ataque armado divulgado nesta quarta-feira (6), envolvendo a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Santa Helena, soluções de prevenção e medidas futuras voltaram a ser discutidas. Trata-se de uma investigação da Polícia Civil, que descobriu um plano de um estudante de 13 anos, de atacar ao menos seis colegas e uma professora.

Em entrevista à CDN, a coordenadora de organização e patrimônio do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm), Juliana Moreira, denunciou a falta de uma formação multiprofissional dos professores para que estejam devidamente preparados para lidar com esse tipo de situação. Para ela, este é o momento de avaliar e refletir a situação atual dos professores, principalmente quanto ao esgotamento físico e mental:

— Que bom que foi evitado, mas essa situação serve para a gente olhar, parar e avaliar tudo o que está acontecendo. De como estão os professores, a gente vê muito afastamento por atestado médico. Eu penso que esse episódio, gravíssimo e triste, faz com que a gente precise olhar para a rede escolar como um todo. Será que a gente está bem mesmo, ou só estamos dando conta? — questiona Juliana

Por meio de nota publicada na tarde desta quinta-feira, o Sinprosm se solidarizou com a comunidade escolar envolvida na situação, e afirmou que a instituição também é uma vítima do ocorrido (abaixo).

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Nota do Sinprosm

“Infelizmente, o problema da insegurança, do ódio e do revanchismo não é exclusivo desta ou de qualquer escola. Muito menos de Santa Maria ou do Rio Grande do Sul. Ele foi semeado na sociedade por lideranças que preferem armas a livros; violência à paz; raiva ao diálogo. Que preferiram, em um período muito grave de saúde pública, ignorar a ciência e adiar a solução do problema.

O número de professores que se afastaram por problemas de saúde neste início de ano é preocupante. Os relatos volumosos de casos de agressão, automutilação, violência doméstica e dificuldade de aprendizagem nessa retomada de atividades presenciais refletem a condição geral da sociedade. Temos uma nova pandemia, agora na saúde mental.Para além das medidas de segurança, importantes para que tragédias sejam evitadas, é fundamental um olhar diferenciado neste momento. Precisamos de políticas públicas efetivas de cuidado e acolhimento, antes de outros sustos como o que estamos vivendo.”

Medidas futuras

Na foto, as instalações do Praem, Programa de Atendimento Especializado Municipal.Foto: Marcelo Oliveira (Diário)

Durante a coletiva de imprensa, organizada na manhã desta quinta-feira, a superintendente de gestão pedagógica da Secretaria de Educação, Gisele Bauer, relembrou que existem serviços especializados em saúde mental que atendem alunos e servidores da rede municipal. O Programa de Atendimento Especializado Municipal (Praem) atende os alunos, e o Núcleo de Formação e Desenvolvimento Humano (Fordes) atende os servidores.

— Nossas escolas já tem um trabalho de prevenção, cuidado e acompanhamento. Nós temos um serviço especializado, o Praem, que acompanha 3 mil crianças ao mês, com casos específicos encaminhados para atendimento. Existe também um núcleo que acompanha os servidores. Essa escola vem sendo cuidada e acompanhada pela secretária durante todo o ano. Isto é mais um fato que vamos nos envolver, mas há um trabalho de prevenção e cuidado constantemente — lembrou a superintendente.

Um plano para apoiar a escola na retomada das atividades já está sendo discutido. O Núcleo Fordes organiza oficinas com os alunos escola desde o mês de abril, e deve seguir com as atividades após o ocorrido, voltadas para os sentimentos de insegurança e ansiedade dos alunos. De acordo com o pedagogo e supervisor do núcleo, Daverlan Dalla Lana, as ações devem retornar na próxima semana:

— Vamos retomar tanto com os professores quanto com os alunos, para lidar e acalmar depois disso tudo que aconteceu. Estamos montando uma estratégia para ver como vamos fazer. Questões de práticas restaurativas e comunicação não violenta.

Projeto de Lei “Escola Segura”

Paralelamente às ações da secretaria, o Projeto de Lei (PL) 9.440 propõe a instituição do programa “Escola Segura” nas escolas municipais de Santa Maria. Com autoria dos vereadores Alexandre Vargas e Getúlio de Vargas, do Republicanos, o texto prevê elaboração de um plano de segurança do corpo discente e docente, por meio da instalação de câmeras de monitoramento nas instituições de ensino infantil e fundamental. Também estão previstos a colocação de dispositivos tecnológicos de segurança para caso de emergência.

Na justificativa, os vereadores afirmam que pelo menos metade das escolas consultadas por eles possui históricos de furtos ou assaltos. Se aprovada, a prioridade de instalação dos aparelhos será para as escolas localizadas em áreas de maior índice de violência em Santa Maria.

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Eduarda Costa, [email protected]

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